Eu falo, falo, falo... E quando percebo não consigo dizer nada perto da minha intenção.
Uso inúmeras palavras que pelo excesso de quantidade se tornam vagas, tudo se mistura e se perde, me enrosco em vez de me perceber, só consigo me complicar...
Nada em mim ta embaçado nem claro, procuro trazer algo novo para me aventurar, para usar, mas tudo se repete e se repete e se repete.
E as palavras são iguais com sentidos monótonos e fracos, essa inércia que me empurra, que me rasteja pro tempo que é sempre o mesmo... Continuo no mesmo lugar. o sol já foi, a cadeira continua embaixo de mim e agora sou iluminada pela luz artificial assim como meus pensamentos conduzidos, projetados, organizados.
Na rua o portão faz barulho, eletrônico, se abrindo, a casa se movimenta e respira eletricidade, o tempo mesmo que não exista passa a existir, e o que existe aos poucos vai morrendo.
Agora tudo é zerado, o vazio do tempo, a virada do dia, a virada da noite ou simplesmente a virada do numero dentro do mês dentro do ano que segue uma ordem que não existe e tudo segue em passos falsos e organizados.
Nunca é noite, nada é escuro, nada é perdido, nada é sujo, nada é organizado e tudo é uma mentira.
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