Tava tentando falar comigo mesma, me esclarecer, mas não é tão fácil assim fazer isso, pelo contrario é mais fácil falar dos outros e de outras coisas, a visão exterior é sempre mais definida do que a interior.
Os pré-conceitos são de certa forma mais completos, mesmo que muitas vezes errados, eles tem mais argumentos, mais embasamento, são melhor justificados do que a própria verdade que por si só se sustenta sem necessidade de explicação.
Então estou a procura de palavras que me dêem algum sentido, arriscarei errar para conseguir formular um texto no mínimo interessante e menos narcisista.
A inspiração, na maioria das vezes, surge de algum estimulo, alguma experiência, mas no meu caso só poderia usar meu sonho que não foi nada agradável para me influenciar aqui.
Odeio ter pesadelos, mas gostaria de entender a representação deles, já me disseram que é um aviso da nossa alma quando estamos nos distanciando do nosso objetivo, ou estamos agindo contra nossa própria natureza, mas nessa noite,eu não tinha culpa de nada, pelo contrario, era inocente.
Não era inocente não, não importa o que eu era ou não era, tudo é muito abstrato para eu querer racionalizar, tenho que trazer à pele as sensações, que eram desagradáveis, prefiro ignorar e descartar, mas se fizer isso do que valeu todas as doze horas deitada? Doze não, nove.
Sim, descansei o corpo, a mente, acredito que não esteja tão descansada, mas os sonhos ou pesadelos não estão presentes a toa, será que eles só funcionam no inconsciente? Deve ter um caminho para o entendimento, algum dia conseguirei interpreta-los.
Queria mesmo é sonhar o que eu quisesse ser conduzida pela minha vontade, fazer o que eu quisesse, encontrar o que eu procuro, me refiro no sonho mesmo, na vida tenho consciência suficiente pra dar meu próprios passos os quais não tenho no sonho, mas no sonho tenho liberdade de viver o impossível o qual a vida me limita.
Curiosa é essa inversão, é a ausência da noite no dia, é a oposição do sol e da lua, a razão e a emoção, são esses deuses que resolveram se separar mas que se tornam incompletos distantes e que aos poucos dão passos ao grande encontro.